#19- O Encanto Simples Interiorano
- Rodrigo Campos
- 19 de jan. de 2024
- 2 min de leitura

Num recanto esquecido pela correria urbana, entre colinas e campos, repousa um vilarejo cujas ruas estreitas e floridas contam histórias silenciosas. Essas vielas encantadoras, como uma tela de cores vivas, evocam uma filosofia da vida ancorada na simplicidade e na serenidade. Ao percorrer esses caminhos, encontramos uma fonte de inspiração que ecoa não apenas nas paisagens, mas também nas palavras de filósofos que celebram a beleza da vida.
As ruas estreitas, com suas fachadas cobertas de flores, são uma manifestação viva da filosofia de Aristóteles sobre a imitação da natureza na arte. Cada flor é uma pincelada de cor, um tributo à beleza intrínseca que permeia a natureza e que, através da vida interiorana, é trazida para o cenário cotidiano.
Assim como as ruas serpenteantes, a filosofia de Epicuro nos convida a encontrar alegria nas coisas simples. As flores, em sua efemeridade, ensinam-nos a apreciar cada estação da vida, a encontrar contentamento no presente e a valorizar a beleza que se desdobra diante de nós, mesmo que por um breve momento.
A filosofia budista, que destaca a importância do aqui e agora, ressoa nas ruas floridas do vilarejo. Cada passo, em meio às cores que se entrelaçam, é uma oportunidade de mindfulness, uma jornada interior que nos conecta com a essência da existência.
A simplicidade das ruas estreitas, adornadas com flores que desafiam o concreto e o tempo, também evoca a filosofia do Taoísmo. Lao Tsé nos ensina sobre o fluxo natural da vida, e as flores, em sua quietude, nos lembram que, muitas vezes, é na simplicidade que encontramos a verdadeira essência.
A lição de vida que emerge dessa jornada filosófica é a valorização do presente e a apreciação das coisas simples. Assim como o arquiteto argentino Eduardo Catalano, buscava criar obras que dialogassem com a natureza, nós também podemos encontrar significado ao alinhar nossas vidas com a simplicidade e beleza ao nosso redor. A vida, como o vilarejo e a "Floralis Genérica", é uma obra em constante evolução, e a verdadeira arte está em encontrar a poesia nos momentos cotidianos.
Ao vagar por essas ruas, somos convidados a abraçar a filosofia que dança nas pétalas das flores, a celebrar a simplicidade que, por vezes, é a chave para a compreensão mais profunda da existência. A vida interiorana, com suas ruas floridas, nos recorda que a verdadeira abundância está na conexão com a natureza, com os outros e, mais importante, consigo mesmo. Essa filosofia simples, mas profunda, sussurra nas brisas que acariciam as flores e nas cores que pintam as vielas, uma lição perene que ressoa na alma e que nos guia a encontrar significado nas coisas aparentemente efêmeras e comuns.
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