top of page
Buscar

#40- Meu filho e o meu Eu

  • Foto do escritor: Rodrigo Campos
    Rodrigo Campos
  • 19 de jan. de 2024
  • 2 min de leitura

ree

Na sala silenciosa do tempo, onde cada segundo é um elo na corrente ininterrupta da existência. O quadro pintado a cena íntima de um homem (eu) observando não o reflexo, mas os traços do tempo marcados na expressão de meu filho. Nessa pintura, os ensinamentos de Immanuel Kant sobre a moralidade e o dever ressoam como um timbre filosófico, desvendando as complexidades da paternidade.

 

Em cada escolha, um eco silencioso ressoa, alimentando a inquietação de não ser o guia perfeito. Contudo, na essência desse receio, surge uma verdade profunda: a humanidade da educação está justamente na possibilidade de equívocos e na habilidade de aprender e crescer, tanto pelo mim, pai, quanto pelo meu filho. Essa ansiedade, tecida na tapeçaria da paternidade, lembra que a imperfeição é inerente à condição humana, e é através dela que se forjam os laços mais autênticos e resilientes.

 

Kant, o filósofo da ética deontológica, argumentava que a moralidade é intrínseca à razão humana. Ela é baseada não apenas na consequência de nossas ações, mas na intenção por trás delas. Na contemplação do reflexo, encontro diante de um espelho moral, confrontando não apenas as marcas do tempo do meu rosto, mas também os vestígios da influência na jornada do meu filho.

 

O tempo, como um mestre imperturbável, molda não apenas as feições físicas, mas também as narrativas entrelaçadas entre a mim e meu filho. Os ensinamentos paternos, semeados ao longo dos anos, são colhidos como frutos no semblante e nas ações do meu filho. Percebo que, à medida que o tempo passa, minha influência transcende o momento presente, tornando-se parte da essência do legado que deixo para trás.

 

A lição de vida que brota dessa cena familiar é a seguinte: o meu amor pelo meu filho é uma expressão viva do dever moral. Ensinar, orientar e nutrir não são apenas ações contingentes, mas manifestações de um compromisso ético profundo. À medida que o tempo avança, percebo que minha responsabilidade moral não termina com o presente, mas os segue nas suas escolhas e virtudes cultivadas no coração do meu amado filho.

 

A observar a pintura, somos instados a refletir sobre nossas próprias conexões, sobre o impacto duradouro das relações e o papel fundamental da ética na criação de um legado significativo. O amor de um pai transcende o tempo, transformando-se em uma narrativa que ultrapassa as fronteiras físicas e se inscreve nas páginas eternas da moralidade. Que possamos, como filhos e pais, entender o poder de nossas ações, guiados pelo dever moral que transcende as efemeridades do tempo.

 
 
 

Comentários


Arte e Prosa

  • Instagram

©2024 por Arte e Prosa

bottom of page