#45 – O Zumbido da Existência
- Rodrigo Campos
- 30 de abr. de 2024
- 2 min de leitura

Em um jardim repleto de vida e mistérios, a abelha emerge como uma figura emblemática, conectando a natureza ao cosmos. Ao contemplarmos a existência desses seres incansáveis sob a reflexão da filosofia de Søren Kierkegaard, somos convidados a mergulhar nas profundezas da individualidade e da angústia existencial que permeiam não apenas a vida das abelhas, mas também a nossa própria jornada.
Kierkegaard, renomado filósofo dinamarquês, explorou as complexidades da existência humana, enfatizando a importância da subjetividade e da escolha individual. Em suas obras, ele nos lembra que cada ser humano é uma síntese única de liberdade e responsabilidade, enfrentando constantemente o desafio de definir seu próprio propósito e significado na vida.
Assim como os seres humanos, as abelhas também enfrentam uma jornada existencial única. Elas nascem em colmeias, onde são impelidas por um propósito coletivo: o serviço à rainha e à comunidade. No entanto, ao longo de suas vidas curtas, cada abelha individual é confrontada com escolhas que moldam seu destino e contribuem para o bem-estar da colônia como um todo.
Consideremos, por exemplo, o processo meticuloso de coleta de néctar e polinização realizado pelas abelhas. Enquanto desempenham essa tarefa vital, elas enfrentam desafios constantes, desde as intempéries da natureza até a ameaça de predadores. No entanto, é sua determinação inabalável e seu senso de dever que as impulsionam a superar esses obstáculos em busca do bem maior da colmeia.
Essa busca incessante pela realização de um propósito, mesmo diante das adversidades, reflete a angústia existencial descrita por Kierkegaard. Assim como as abelhas, somos confrontados com a incerteza e a ansiedade inerentes à busca por significado em um mundo repleto de desafios e incógnitas. No entanto, é precisamente nesse confronto com a angústia que encontramos a oportunidade de crescer e florescer como seres humanos.
A lição de vida que podemos extrair dessa reflexão é que a verdadeira realização reside na busca constante pelo autodescobrimento e pela autenticidade. Em um mundo que muitas vezes parece caótico e desprovido de sentido, é fácil sentir-se perdido ou desorientado. No entanto, ao abraçarmos nossa liberdade de escolha e assumirmos a responsabilidade por nossas ações, podemos encontrar um sentido mais profundo em nossas vidas.
Assim, somos lembrados de nossa própria jornada rumo à individualidade e à realização pessoal. Que possamos aprender com esses seres humildes e corajosos, e encontrar a coragem de abraçar nossa própria angústia existencial, transformando-a em uma fonte de crescimento e sabedoria.
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